Todos estamos acompanhando os últimos acontecimentos, onde o mundo todo está voltando suas atenções e mudando seu cotidiano frente a uma ameaça viral – Coronavírus – COVID-19.

Quando a pessoa se vê diante de um grande risco, lembra que ela é finita e frágil.  Nossos sentimentos de sobrevivência afloram e nossas reações cotidianas ficam submetidas à essas influências emocionais.

Claro que devemos ter cuidado, levarmos com seriedade ações de prevenção e seguir todos os critérios para coibir a transmissão. E para tanto o sentimento de emergência e risco devem estar funcionando.

No entanto, o sentimento de esperança pode surgir como forma de reação e também de sobrevivência emocional diante dos fatos. Sendo, a confiança de que algo bom acontecerá, a crença de que um desejo se torne realidade. E que desejo seria esse? O que tudo vai passar!

Na Itália centenas de crianças estão desenhando cartazes e pintando lençóis com a mensagem “Andrà Tutto Bene” (“Vai ficar tudo bem”). Devido a quarentena as crianças não estão frequentando creches e escolas, passando a se ocupar com outras coisas, mas me chama atenção a mensagem de união e esperança.

O mesmo aconteceu na cidade de Wuhan, onde o vídeo de uma menina, que se apresenta como Sunny, de nove anos lê uma carta publicada nas redes sociais que exorta a cidade a ter força para ultrapassar a atual crise. A carta é escrita em nome da própria cidade, dirigidas aos seus habitantes – “Jiayou Wuhan!”, que significa “Força Wuhan!”.

Sentir medo é normal, faz parte do desenvolvimento infantil e também é ferramenta de proteção frente ao perigo, mas a criança precisa se sentir amparada quando esse sentimento vem à tona.

Aqui estamos levando à risca medidas de prevenção, mas também tentando lidar com as informações de forma coerente e trazendo aos menores o sentimento de esperança e fé.

Hoje junto com nossos filhos, decidimos nos unir a essas crianças que no mundo inteiro tem buscado forças pra se manter otimistas em frente a tanta incerteza... e além de pintar um cartaz pra colocar em frente da nossa casa, paramos um pouquinho pra conversar com eles a respeito de tudo que está acontecendo. 

Se você como nós, se sentiu motivado(a) a seguir adiante com essa campanha tão especial... reúna seus filhos, e criem cartinhas, cartazes, banners... colem na porta e nas janelas de suas casas, cole em suas redes sociais, mandem pelo zap pros familiares, pros vovôs... 

Temos certeza que esses recadinhos de esperança e amor também podem viralizar.  

-Flávia Pinheiro, Neuropsicóloga e também uma das sócias Beterraba